terça-feira, dezembro 20, 2005

12. Razões para o Fazer+ existir (3)

Porque os problemas socio-esconómicos e afectivos se repercutem nas aprendizagens e no desempenho escolar e educativo.

Vítimas de maus tratos "abandonadas" nos hospitais
Crianças saudáveis em internamento

Hospitais portugueses têm cada vez mais crianças com internamentos prolongados sem justificação clínica.

O número de crianças vítimas de maus tratos “abandonadas” em hospitais está a aumentar em Portugal, obrigando os menores a internamentos prolongados sem justificação clínica, disse à Lusa a presidente da Comissão Nacional de Saúde da Criança e Adolescente (CNSCA). Segundo Maria do Céu Machado, “estão a aumentar nitidamente” os casos de crianças maltratadas que dão entrada no hospital e que ficam internadas após a alta clínica por a família não ter condições para as receber de volta. Não é um problema novo, mas «aumentou exponencialmente no último ano» com a entrada de «muitos imigrantes que vieram construir a Ponte Vasco da Gama e posteriormente os estádios», disse a presidente da CNSCA, que é também directora do serviço de pediatria do Hospital Amadora-Sintra. «Agora acabaram as obras públicas e os imigrantes foram ficando e vivem em condições sócio-económicas muito precárias», acrescentou. Mas não é só ao nível da imigração que o problema se põe, já que mesmo entre os portugueses se verifica «um grande problema de desemprego. E quando aumenta o desemprego aumentam os maus tratos». «Quando nos chegam crianças às urgências de pediatria, ao preencher na ficha o campo da profissão dos pais, é assustador verificar a quantidade de desempregados que há», sublinhou. Para ilustrar o aumento de situações de famílias em risco que aparecem nos hospitais, Maria do Céu Machado referiu que só nos primeiros dois meses deste ano apareceram no Amadora-Sintra «150 casos em que teve que se chamar a Assistente social, o que é uma loucura». Existem ainda «os miúdos africanos que ao abrigo de acordos chegam aos hospitais pediátricos via embaixada e sem familiares a acompanhar para fazer determinados tratamentos e que na altura de terem alta ficam internados porque não se encontram os pais».
Jornal da Madeira
7 Setembro 2004

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