sábado, agosto 02, 2008

Apresentação de projecto de combate à indisciplina

Em 3 de Julho de 2008 foi apresentado, ao Conselho Executivo da nossa escola, em reunião com os professores/vice-presidentes Isildo Gomes e Adriana Santos, um projecto conjunto dos projectos SOS e Fazer +, para atenuação/resolução do problema da indisciplina nas salas de aula, um importante factor na base do insucesso escolar.

Os docentes que fazem parte da equipa do Projecto SOS e do Projecto Fazer + reflectiram sobre a problemática da indisciplina – não só a visível mas também aquela de baixa intensidade que obstaculiza o processo de ensino-aprendizagem e é geradora de insucesso escolar – e propõem o alargamento do espaço para acompanhamento/ajuda dos alunos.

É evidente que não se fazem aprendizagens significativas sem concentração e sem silêncio, sobretudo nas disciplinas de conteúdos, na sala de aula por parte dos estudantes.

São os alunos inadaptados à cultura escolar, com uma atitude negativa relativamente ao trabalho intelectual e geradores de indisciplina na sala de aula, que precisam ser acompanhados com premência.

Porque são eles, alguns por cada turma, que formam os níveis de insucesso escolar. São casos que acabam por escapar à acção dos professores durante a actividade lectiva, já que há pouco tempo, nessas duas ou três horas semanais com as turmas, de desenvolver uma acção mais eficaz junto desses alunos.

Além de se prejudicarem a si próprios violam o direito à aprendizagem de qualidade - em normais condições de trabalho e funcionamento das aulas - dos restantes alunos da turma, ao contrário do que defende a própria legislação, através do articulado do DLR nº26/2006/M de 4 de Julho de 2006: «reconhecer o direito à educação e ensino dos outros alunos» (Artigo 9º), de forma a garantir o «acesso a uma educação de qualidade que permita a realização de aprendizagens bem sucedidas» (Artigo7º).

Já percebemos que não podemos ficar à espera de soluções do Ministério da Educação. Temos de criar respostas dentro da realidade própria escola.

É um programa com retorno para todos os actores, todas as disciplinas e toda a comunidade educativa. Não se destina a resolver o problema de uma pessoa ou de uma disciplina em particular.

De modo sucinto, o espaço a ser criado e liderado por professores, em parceria com outros técnicos e até entidades sociais, teria três valências:

1. VALÊNCIA DISCIPLINAR ou acção a curto prazo:
Há uma vertente disciplinar/punitiva dependendo dos casos, a encaminhar para e a concretizar pelos conselhos de turma, mas procura-se, acima de tudo, garantir uma acção inicial em tempo real e úti, nomeadamente de contacto com a família. Caberá ainda mediar conflitos, analisar as razões mais profundas dos comportamentos de indisciplina e encaminhá-los tendo em vista a sua melhor resolução.

2. VALÊNCIA DE ACOMPANHAMENTO ou acção a médio e longo prazo:
Fazer o acompanhamento do estudante de forma a resolver problemas afectivos e emocionais de inadaptação identificados. É uma acção ao nível do desenvolvimento pessoal.

(NOTA: nos casos em que os pais não conseguem orientar ou resolver os problemas, nomeadamente de indisciplina do educando, a escola procurará apoiar/acompanhar, nesses casos extremos e na medida do possível, o aluno e a família, em colaboração com outros técnicos como a assistente social ou o psicólogo. Não nos podemos resignar quando a família nos diz que já não sabe mais que fazer, isto é, que já não sabe como fazer aquilo que lhe cabe fazer.)

3. VALÊNCIA DE FORMAÇÃO ou acção a médio e longo prazo:
A formação de estudantes, pais, encarregados de educação, docentes e auxiliares da acção educativa não pode ser descorada. No sentido de dar ferramentas às pessoas para lidar com os desafios educativos colocados pelas crianças e jovens e haver um concertação na acção de todos.

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