quinta-feira, setembro 22, 2005

2. Desigualdades...


Desigualdade de rendimentos


Human Development Report 2005, ONU (pp. 270-3)
[Em http://hdr.undp.org/reports/global/2005/pdf/HDR05_HDI.pdf terá acesso ao documento respectivo. Se clicar no gráfico exposto terá mais facilidade em o ler.]

Quanto mais elevado for o índice (de Gini), maior é a desigualdade. Portugal está bem classificado, sendo líder claro entre 26 países europeus. E vejamos que ficamos logo atrás de países como os EUA, onde reina a economia de mercado pura (capitalismo selvagem como preferem chamar alguns), sem os níveis de assistência e protecção social que ainda existe na Europa e que, supostamente, existe em Portugal. Para aqueles que no seu país estão em cima, com bons rendimentos, o mundo parece-lhes totalmente justo, os que estão a meio da tabela consideram existir alguma justiça no mundo, mas para quem está por baixo, para quem tem poucos rendimentos e sofre as desigualdades de recursos não existe justiça no mundo. Pudera... o conforto faz as pessoas mais optimistas e positivas...

SERÁ QUE A EDUCAÇÃO NADA TEM A VER COM A DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS?

A desigualdade de rendimentos tem subjacente outras desigualdades. Nomeadamente no acesso ao sucesso educativo. A educação é aqui chamada porque a mobilidade social e o acesso a profissões propiciadoras de rendimentos mais elevados se conseguem também através da educação, do nível das habilitações escolares. E existem estudos em Portugal que indicam que são as classes mais favorecidas que conseguem aceder a cursos universitários de melhor prestígio e melhor saída, que por sua vez asseguram o acesso a profissões melhor remuneradas e socialmente mais valorizadas. Trata-se de reprodução da desigualdade social, de classe e de rendimentos.

A realidade precisa ser dita: há quem conviva bem e se conforme com a desigualdade e há quem seja inconformado como a miséria e procure a justiça social; há quem conviva e se conforme com a reprodução social na escola e quem pense a educação caminhando no sentido de maior (de mais alguma, pelo menos) justiça social. Ao menos minimizar... não ser tão chocante.

Sem comentários: