sábado, novembro 05, 2005

5. Acção de formação: Novas metodologias no ensino das línguas



No âmbito do projecto fazer + , a docente Sofia Canha, concretizou a acção de formação "Novas metodologias no ensino das línguas" (7 e 8 de Novembro), na Escola B+S da Calheta.

Porque a inclusão e as oportunidades de sucesso escolar/educativo das crianças e jovens também se proporcionam através das metodologias e abordagens pedagógicas. Essa ideia estruturou a acção de formação, embora com a consciência que as oportunidades de sucesso na escola não dependem só, nem talvez sobretudo, da pedagogia e da didáctica. Os métodos pedagógicos podem, no entanto, ter uma palavra a dizer, não importa que seja porventura pequena, e temos de assumir essa responsabilidade ética e profissional.

Por outro lado, a atitude de cidadania e de ética profissional dos docentes pode e deve ultrapassar o restrito campo da acção pedagógica na sala de aula. Há uma responsabilidade social mais vasta que é incontornável. Somos trabalhadores sociais. Trabalhamos pelos outros, para os outros.

Os professores podem e devem pressionar as outras esferas da organização escolar e da sociedade de forma a que se actue sobre outros factores que obstaculizam e impedem uma maior (quem sabe se, um dia, plena) igualdade de oportunidades a muitas crianças e jovens espoliados da hipótese de acederem ao sucesso escolar e educativo. Devido a discriminação, selecção e reprodução sociais, por falta de acompanhamento na família e na escola, por condições socio-económicas, por razões culturais, entre outros factores, que achamos dever ser, ao menos, minimizados.

A pedagogia não pode tudo. Mesmo que possa menos que muitos outros factores, nós assumimos a nossa parte da responsabilidade e tentamos melhorar respostas. Além de assumirmos e fazermos a nossa parte, há que fazer com que os outros assumam a sua parte.

Uma história: Lição do Beija-flor
«Conta-se que, certo dia, houve um incêndio na floresta e todos os animais se puseram em fuga. Todos... excepto o beija-flor. Ia e voltava, ia e voltava, trazendo uma gota de água no bico, que deixava cair sobre as labaredas e a terra calcinada. E, quando um dos animais em fuga o interpelou, dizendo ser impossível extinguir o fogo daquele modo, o beija-flor respondeu: “Eu sei que não são estas gotas que vão apagar o fogo, mas eu faço a minha parte...”»
(José Pacheco, “Cartas a Alice”, 2004)

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