quinta-feira, março 09, 2006

25. Capacidades cognitivas não bastam

António Damásio, cientista, entende que, nas últimas décadas o ensino tem privilegiado o desenvolvimento das áreas cognitivas, esquecendo que «um currículo escolar que integra as artes e as humanidades é imprescindível à formação de bons cidadãos.»

Separar o processo cognitivo do emocional é «um erro». «A ciência e a matemática são muito importantes, mas a arte e as humanidades são imprescindíveis à imaginação e ao pensamento intuitivo que estão por detrás do que é novo. As capaciades cognitivas não bastam.»

Para o cientista, que diz compreender que os governos invistam na matemática e nas ciências por considerarem que isso os torna competitivos, «não devemos abdicar da educação artística só porque o tempo e os recursos são limitados.» Educar, acrescenta, envolve a mente e o cérebro.

Apesar de serem muito diferentes um do outro - «o nosso processo emocional não se desenvolve com a mesma rapidez do cognitivo» -, são ambos fundamentais.«As emoções qualificam as ideias e as acções, sem elas não reflectiríamos», explica, acresentando que a investigação actual defende que o desenvolvimento moral e ético se baseia em emoções. A poesia, a dança, o teatro ou as artes visuais podem ser usados para formar e treinar o espírito reflexivo, «o único que vale a pena ter

Público: 7 Março 2006

Sem comentários: