segunda-feira, setembro 24, 2007

Organização diferenciada do trabalho curricular do Inglês no 7º e 8º Anos

No presente ano lectivo, os docentes Sofia Sousa e Nélio Sousa iniciam a aplicação experimental, de uma forma global e sistemática, de um modelo de diferenciação pedagógica, o modelo do Movimento da Escola Moderna, que não é um modelo acabado, mas em permanente evolução.

1. METÁFORA
Como se aprende a andar de bicicleta? Através de um manual de instruções ou explicação teórica de um instrutor? Conhecendo a mecânica desse meio de transporte e as lei da física, entre elas a do equilíbrio e da gravidade?

Todos aprendemos a andar de bicicleta pedalando em cima dela. Muitas vezes com alguém a segurar e a amparar nas primeiras pedaladas. É este o sentido quando se diz que alguém nos ensinou a andar de bicicleta. Ensinar com sentido de apoio no fazer concreto, não de instrução ou transmissão teórica.

Ora, o professor é essa presença humana que ajuda e serve de apoio nesse processo de aprender a pedalar. Sem substituir o “pedalador” aprendiz. Cria condições, orienta, ampara as quedas e apoia nesse trabalho. Não faz o trabalho por aquele que aprende.

2. DIFERENCIAÇÃO
«Não podem existir grupos homogéneos na vida social humana tal como não existem na natureza», escreveu Sérgio Niza (2004, MEM nº21).

No âmbito do projecto Fazer + (www.fazermais.blogspot.com), temos procurado alternativas à pedagogia instrutiva e ao «método de ensino simultâneo» (ensinar a todos e ao mesmo tempo como se fossem um só, anulando as identidades), introduzido no século XVII por Jean-Baptiste de La Salle – com os Irmãos das escolas cristãs da caridade pretendeu-se ensinar muitos pobres como se fossem um só.

Esse método simultâneo foi depois generalizado por Napoleão e a Instrução Republicana fê-lo cristalizar no século XIX. E perdura até hoje. «Transformou-se numa mentalidade, num padrão de cultura, numa solução histórico-cultural continuada, que impregnou e impregna toda a actividade dos professores» (Sérgio Niza, idem).

Diferenciação pedagógica é diferente de ensino diversificado ou com diversificações pedagógicas no âmbito da referida pedagogia instrutiva ou do método simultâneo. Nem tão pouco se trata de actividades de diversificação curricular (alternativas curriculares ou currículos alternativos, abusivamente nomeados de “diferenciação curricular”).

«Diferenciar é estabelecer diferentes vias – mas não pode nunca estabelecer diferentes níveis de chegada por causa das condições de partida. Diferenciar também não equivale a hierarquizar metas para alunos de grupos diferentes – mas antes tentar por todos os meios, os mais diversos, que todos cheguem a dominar o melhor possível as competências e saberes de que todos precisam na vida pessoal e social» (Maria do Céu Roldão - “Gestão Curricular: Fundamentos e Práticas”, Ministério da Educação).

3. OBJECTIVO
«As actividades pedagógicas diferenciadas no trabalho de professores e alunos» têm em vista «obter maior êxito no trabalho de todos e tendo como referência o currículo nacional, oficial e obrigatório para todos os alunos e professores como é do uso actual em todos os países da União Europeia» (Sérgio Niza, idem)

4. MUDANÇA
Quando nos sentimos inquietados e co-responsabilizados (pelo insucesso dos alunos) ou desanimamos, tornamo-nos indiferentes ou procuramos um outro caminho dentro da profissão.

5. APLICAÇÃO
- Individualizar os percursos dos alunos a partir do trabalho em cooperação [turma enquanto comunidade de aprendizagem];
- Diferenciar o atendimento aos alunos [atenção individualizada];
- Diversificar e tornar acessíveis os recursos colectivos;
- Dar prioridade ao trabalho de aprendizagem curricular dos alunos na sala de aula e na escola [onde podem dispor do apoio do professor];
- fazer os alunos comparticipar nas funções de ensino [quem ensina aprende duas vezes, diz o ditado];
- Valorizar a heterogeneidade dos grupos de trabalho e das turmas;
- Valorizar as aprendizagens cooperativas;
- Assegurar uma gestão-regulação do desenvolvimento do currículo compartilhada com os alunos. (Sérgio Niza, idem)

Nota:
Ao longo do ano acontecerão relatos públicos das práticas pedagógicas, com esforço de inovação e/ou experimentação ao nível didáctico-metodológico e pedagógico, pelos vários docentes que integram o Fazer +, abertos a todos os professores da escola, para troca de experiências, tendo em vista a melhoria contínua da nossa profissionalidade pedagógica.

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