terça-feira, janeiro 06, 2009

Laxismo pós 25 de Abril de 1974 trama Educação

O autoritarismo e a mão dura é apenas para os professores, que o Ministério da Educação tem mais à mão e dá jeito para controlar, culpabilizar e cortar salários e carreiras.
anterozóide

O laxismo e facilitismo extremo instalado na Educação no pós-25 de Abril de 1974, em contraponto com a ditadura anterior, têm e continuam a causar danos enormes.

O actual Governo da República, apesar de governar à direita (social-democrata), sofre dos mesmos complexos da esquerda no período pós Revolução, no que toca ao sector educativo. Tudo o que cheirasse à direita era fascista... Disciplina, rigor, exigência, trabalho, responsabilidade, autoridade, entre outros conceitos, era tudo fascismo e ditadura.

Como se esta cultura laxista não fosse fascizante. Temos a ditadura da balda, da indisciplina, do facilistismo, da ausência de trabalho e empenho, da irresponsabilidade pessoal, da falta de civismo, da negação da democracia.

Não se desresponsabilize os indivíduos no papel que têm na condução do seu destino. A culpa não está toda no exterior, na sociedade, no outro. O indivíduo não é um joguete. Quem aprende tem de empenhar-se. Não há pedagogia que faça um estudante aprender se este não trabalhar e não estudar. Não se pode dar água a um cavalo que não tem sede.

Actualmente, tem-se acentuado o laxismo e o facilitismo generalizado relativamente ao peso e papel das famílias e dos estudantes no sucesso escolar. É a Educação ao serviço da politiquice e ao sabor do curto prazo de cada mandato dos governos.

Mais do que motivos para aprender (motivação), é preciso educar a vontade de jovens dolentes, viciados em inércia e facilitismo de toda a ordem, por uma sociedade que deixou de valorizar o trabalho como trave mestra do sucesso na vida.

Porque pensam que trabalho, rigor, disciplina e esforço pessoais são valores fascistas...

Depois de, nos anos 80, Cavaco Silva ter facilitado a vida aos estudantes ao permitir a transição de ano, no 2º e 3º ciclos, com duas disciplinas negativas, para compor as estatísticas para a Europa, veio António Guterres permitir a transição de ano com três disciplinas negativas.

E o que temos com José Sócrates?

Aquele estatuto do aluno que permite faltar o que se quer, ir ou não às aulas e passar no final. São os exames nacionais mais fáceis para melhorar as estatísticas para o período eleitoral. É o assobiar para o lado no que toca ao grave problema da indisciplina e da violência nas escolas (se um professor der uma "palmada pedagógica" a um aluno é expulso da profissão; se um aluno bate num professor nada de substancial acontece). É querer passar os alunos de ano sem que estes tenham os conhecimentos ou competências necessárias, nem os professores possuam condições para dar o necessário acompanhamento para esses estudantes recuperarem das suas fragilidades.

O autoritarismo e a mão dura é apenas para os professores, que o Ministério da Educação tem mais à mão e dá jeito para controlar, culpabilizar e cortar salários e carreiras. Dificultam o trabalho dos docentes e pouco ou nada exigem a estudantes e famílias, que flutuam num mar de facilitismo.

Apesar dos discursos, o objectivo de tanto aperto aos docentes, não é a melhoria do sistema de ensino. Sabem que o sucesso escolar não depende só dos professores. Sem os alunos e as famílias co-responsabilizados, o insucesso e o abandono escolares não se resolvem.

Maria de Lurdes Rodrigues não precisa dos professores, mas sim da opinião pública. Daí o tratamento arisco aos professores e o laxismo/facilitismo manso para com as famílias e estudantes.

Está tudo errado e ao contrário. E ninguém dá conta dos danos profundos para a Educação.

É um mau serviço ao país confundir a democracia com laxismo ou ausência de rigor, de disciplina pessoal, auto-determinação de comportamentos, civismo, responsabilidade individual ou de uma atitude positiva relativamente ao trabalho escolar.

O que fez a ministra da Educação, perante este cenário? Desautorizou os professores ao fazê-los bodes expiatórios de tudo o que de mal se passa na escola. Minimizou o problema da violência e as dificuldades por que passam os professores para desempenhar a sua função.

A família, a quem cabe a primeira e maior responsabilidade, abstém-se da educação dos filhos por alegadamente ter falta de tempo, mas depois quer-se que tenha tempo e disponibilidade para participar na gestão das escolas, nos termos previsto no novo diploma...

A ministra da Educação caminha de utopia em utopia, sem conectar com a realidade.

Sem comentários: