O bom Educador, seja professor, pai ou outro, é aquele que motiva e permite que os educandos ganhem asas, isto é, se tornem independentes para serem livres, capazes de pensar e fazer pela sua própria cabeça e de governar a sua vida em liberdade.
É uma das maneiras que tenho procurado explicar a metodologia e pedagogia mais progressistas que estou a levar à prática, junto com outros colegas, neste novo - verdadeiramente novo - ano lectivo. Convido os meus jovens-alunos a olharem para a sala de aula/turma como um ninho. O professor faz tudo para os empurrar do ninho para fora, para que aprendam a arte do voo. O voo pode começar por ser desajeitado, aos tropeções, porque foram muitos anos - o professor incluído - de gaiolas e de desaprendizagem dessa arte do voo.
Alguns resistem ao empurrão para fora do ninho. Preferem o calor morno (maternal e paternal) do ninho. Está-se bem. Alguém nos alimenta e voa por nós. É mais fácil. A dependência é cómoda e viciante. É mais difícil e trabalhoso aventurar-se para fora do ninho (gaiola) e lançar-se no seu próprio voo. A independência e a liberdade são duras conquistas. É preciso querê-lo, é preciso fazê-lo. Porque muitas vezes nos tentam convencer a ficar no ninho e a não tentar voar em liberdade.
Aos jovens-alunos são providenciados desafios. Eles são protagonistas da sua própria aprendizagem, guiados e acompanhados pelo professor quando necessário, e lançam-se nos seus voos. Dentro do voo maior para a independência e a liberdade fazem os voos do Inglês. Têm um plano de vários voos por unidade ou capítulo do programa/manual/curso. Cada objectivo é um voo. Para o atingir têm um mapa (várias tarefas a cumprir). Como recurso têm a sua capacidade para pensar, os colegas da turma, o professor e outros como o manual ou o dicionário.
Depois de treinarem um determinado voo o professor avalia a qualidade desse voo e chama a atenção para as falhas passíveis de prejudicar a arte de voar, neste caso em Inglês. Porque a outra arte maior de voar vai sendo desenvolvida à medida que aprendem a fazer pequenos voos diários: na aprendizagem, na cooperação e relação com os outros, na capacidade de pensar e agir sobre o mundo à sua volta.
Aos poucos, torna-se-ão mais autónomos, mais responsáveis e mais empenhados. Este professor não gosta de escolas ou de salas de aula que sejam gaiolas ou ninhos permanentes. A escola existe para ensinar-aprender a arte do voo, a ganhar asas, a ser-se adulto, autónomo e livre.
quinta-feira, outubro 12, 2006
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