domingo, maio 13, 2007

Fazer + FORMAÇÃO: síntese dos trabalhos da acção "Modos e Processos de Avaliação"

Modos e Processos de Avaliação decorreu nos dias 8 e 11 de Maio, para 30 docentes da nossa escola.

Partindo de determinados pressupostos inerentes à avaliação em geral, nos moldes em que é possível concretizar no modelo de escola vigente, ou seja, uma escola que assenta no método simultâneo (ensinar a todos como se fossem um só), a acção pretendeu dar o mote para a discussão de ideias e apontar para alternativas, tanto no âmbito do modelo dominante de escola como já em novos modelos de escola, nomeadamente o modelo de diferenciação pedagógica, com base no trabalho cooperativo e autónomo.

O docente Nélio Sousa fez uma introdução para contextualizar a temática e suscitar reflexão, uma espécie de brainstorming. Citando Miguel Santos Guerra, «pelo modo de praticar a avaliação, poderemos chegar às concepções que um profissional que a pratica tem sobre a sociedade, as instituições de ensino, a aprendizagem e a comunicação interpessoal.»

Referiu que métodos de ensino e avaliação têm de estar em sintonia, sendo importante os professores não abdicarem da sua autonomia profissional, até inscrita na legislação: «direito à autonomia técnica e científica e à liberdade de escolha dos métodos de ensino».

Adicionar tarefas, formalidades, normas, procedimentos é mais fácil do que simplificar, desbloquear, flexibilizar e inovar processos. Assim, como avaliar com rigor sem burocratizar a tarefa, sem complexificar o que é simples e sem simplificar o que não pode ser simplificado? É esse o desafio.

Seguidamente, ainda numa fase introdutória da acção de formação, as docentes Susana Mão Cheia e Rosa Coelho falaram dos processos de avaliação no Projecto SOFIA, um modelo pedagógico criado por José Augusto Fernandes. Foram apresentados materiais exemplificativos.

A professora Rosário Nunes apresentou a pesquisa e síntese sobre o que diz a legislação sobre a avaliação. O enquadramento legal foi importante para balizar o tema e perceber que a avaliação está avançada relativamente ao método simultâneo, esmagadoramente utilizado nas escolas portuguesas.

O núcleo ou o substancial da acção de formação foi preparado e apresentado pelas docentes Fátima Freitas e Sofia Sousa, que conduziram os trabalhos.

Confrontados por um conjunto de características da escola do século XVII, delineada por Jean Baptiste La Salle, os docentes viram a escola actual e dominante do século XXI. O conservadorismo da escola, cujas principais características remontam há três séculos, é um obstáculo difícil de remover, pois são os próprios actores ou agentes da educação que, fazendo parte da engrenagem, perpetuam o actual modelo. A tomada de consciência, que se pretendeu provocar, poderá ser um princípio para a mudança de atitudes e actuações.

A avaliação associada aos modelos pedagógicos empregues, também tem traços de conservadorismo. Apesar de as leis consubstanciarem uma actuação avaliativa mais formativa e contínua, a maior parte das nossas práticas não materializam essas orientações. Daí que se tenha feito uma abordagem à avaliação formativa, naquilo que se fundamenta e nos princípios que a orientam.

Depois da fundamentação conceptual, Sofia Sousa e Fátima Freitas passaram ao plano mais concreto, ou seja, ao modo como podemos concretizar uma avaliação formativa, que materiais (instrumentos) de recolha de informação utilizar, como avaliar qualitativamente, como classificar, com que instrumentos, entre outros aspectos.

Sendo que na base de qualquer tipo de avaliação deverão estar os critérios, reuniram-se os grupos por áreas disciplinares, que definiram os critérios específicos da sua disciplina. Critérios que é diferente de parâmetros e instrumentos de avaliação.

Em Julho de 2007, a acção de formação “Modos e Processos de Avaliação” será novamente ministrada para outros docentes da escola. Nesta primeira acção estiveram 30 professores.

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