sábado, maio 12, 2007

Formação: modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna

Nos dias 11 e 12 de Maio, os docentes envolvidos no projecto Fazer + fizeram a acção de formação Como promover o sucesso nas aprendizagens curriculares: o modelo de diferenciação pedagógica do Movimento Escola Moderna. Treze horas de formação que tiveram lugar na escola Horácio Bento de Gouveia, no Funchal.

Após a vinda, em 2006, do criador e promotor do projecto SOFIA à nossa escola, José Augusto Fernandes, para uma profícua e marcante acção de formação; depois da visita à Escola da Ponte, na Vila das Aves, em Maio de 2006; após a conferência de José Pacheco, mentor do projecto pedagógico da Escola da Ponte, no auditório do Centro das Artes - Casa das Mudas, na Calheta, no âmbito de uma iniciativa da Escola Básica 1,2,3/PE Professor Francisco Barreto (Fajã da Ovelha); a acima referida acção de formação do Movimento da Escola Moderna, com a presença e intervenção do fundador Sérgio Niza, vem fechar um círculo com chave de ouro.

Fechar um círculo neste sentido: os docentes do Fazer + contactaram com os principais movimentos ou modelos pedagógicos alternativos em Portugal. Contactaram com os seus mentores. Contactaram até com a aplicação, em situação concreta, desses modelos pedagógicos. Tem-se procurado, na nossa escola, empreender rupturas com o método simultâneo (aqui ou aqui), numa primeira tentativa de derrubar obstáculos e fantasmas.

E aqui chegámos porque sentimos inquietação e inconformismo perante o estado de coisas, de verdadeira estagnação e insatisfação pelas aprendizagens (não) alcançadas nas nossas escolas. Além disso, sentimos necessidade de reflectir sobre as nossas práticas pedagógicas. Essa fome de aprender e mudar é fulcral. Existe desejo para se poder suportar as dificuldades. O resto chegará.

Por isso, está tudo a postos para o "assalto final" (ruptura completa) para abandonar o método simultâneo, mesmo nas versões melhoradas, e optar pelo método de diferenciação pedagógica, em situação cooperativa e autónoma de aprendizagem. Não é fácil, mas os projectos pedagógicos alternativos e progressitas acima referidos, com provas dadas e resultados, dão muitas pistas fruto da sua acção no terreno. Não se trata de teorização apenas.

Falta organizar a base desse acto. Sem precipitações (ou velocidade) mas na direcção certa. Cada passo tem de ser preparado e calculado para não resultar em passos atrás. É uma construção de cada um, é claro, que edifica o seu método, os materiais, a gestão das aprendizagens, na sua acção concreta diária, no contexto do processo de ensino-aprendizagem, mas ajuda começar com uma série de instrumentos e aspectos organizativos já estabelecidos.

Mudar é difícil. Temos o método simultâneo impregnado até às entranhas do nosso ser profissional. Mudar é um processo lento. Obriga a uma avaliação e afinação permanentes.

Estamos prontos.

A acção de formação do Movimento da Escola Moderna deu ferramentas teórias e práticas para a organização das aprendizagens. Contactámos, nos dois dias, com exemplos práticos, nas várias disciplinas escolares, que deram conta da complexidade do trabalho pedagógico mas também da sua possibilidade e exequibilidade.

Agora, há que avançar para a formação mais específica, para a aplicação na disciplina de cada um. O Fazer + já contactou o núcleo da Madeira do MEM no sentido de criar um grupo de formação no Concelho da Calheta, já que até possui duas escolas com 2º, 3º Ciclos e Secundário.

Entretanto, vem aí, em Julho, o congresso do MEM, momento privilegiado para fazer trabalho de pesquisa e assistir aos relatos de práticas de outros docentes de todo o país.

Os astros estão conjugados para a acção e para a mudança.

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