Nos dias 7, 8 e 9 de Maio de 2008, na nossa escola, José Augusto Fernandes, mentor do Projecto SOFIA, realizou a acção de formação "Educação, conhecer, como comunicar: saber ser, saber fazer".
Esta formação foi uma ideia da docente Ana Sousa, iniciativa integrada no projecto Fazer +. Contou com o apoio do Sindicato dos Professores da Madeira.
Os objectivos foram os seguintes: descobrir o próprio "guião de vida" ou "primeira criação" de si próprio; descobrir o "centro" da própria existência e o desenvolvimento de quatro dimensões fundamentais da personalidade no ser e no comunicar(-se): segurança, orientação, sabedoria, poder; tomar nas próprias mãos a elaboração do segundo "guião de vida" ou "segunda criação" de si próprio/a; exprimir a vontade de mudança, no ser e no comunicar(-se), através de um "compromisso de missão" pessoal.
Após uma troca de experiências de mudança/inovação pedagógica no âmbito do projecto Fazer + e do projecto Caravela (Escola Básica 1,2,3/PE Professor Francisco Barreto - Fajã da Ovelha), José Augusto Fernandes falou da sua prática e propostas do Projecto SOFIA.
O formador prefere ver a actividade de ensino aprendizagem centrada na RELAÇÃO e não no aluno (este limita-se ser passivo e o docente tem de fazer tudo) ou numa dinâmica social (a «aprendizagem é sempre pessoal; é social quando já não é minha»). Uma coisa é certa, como disse: «fazer de outra maneira não é possível sem primeiro ser de outra maneira. Se não mudar como pessoa não vou fazer diferente.» Porque as «vitórias públicas são depois das privadas, sobre mim.»
É preciso ter uma visão, mudar de paradigma (ponto de vista) a partir do qual vou pensar num projecto. «Não há ventos favoráveis para quem não sabe para onde vai». É preciso antes de tudo uma antropologia, um centro de valores firmes e irrenunciáveis. Esses valores dão estabilidade. Os outros centros (trabalho, amigos, família, prazer, etc), se falham, a pessoa cai. «O centro quando é muito móvel gera instabilidade, é inseguro e, quando falha, arrasta-me com ele.» Se me arrasta e eu vou abaixo então é mau centro.
Vimos como empreender essa mudança de paradigma e de centro, para o fazer pedagógico e educativo serem outros. Foram abordados alguns instrumentos práticos para empreender a mudança ao nível do ser, que permitirá mudar o fazer: perfil existencial na comunicação, matriz da gestão, egografia da relação e análise estrutural do eu, tempograma, mission statement (compromisso de missão).
«As circunstâncias podem condicionar o ser... mas nenhuma circunstância da vida pode obrigar nenhum ser humano a ser o que não é, a ser ou não de uma dada maneira. Resta sempre a capacidade de decidir.»
Por outro lado, não quer dizer que vamos mudar o mundo a partir de determinada acção. «Não é automático. Não somos milagreiros. Pelo menos agir sobre aqueles que ainda vamos a tempo.» Há que «desafiar as pessoas a tomar conta, a decidir sobre a sua vida.»
José Augusto Fernandes afirmou ainda: «há estados de saúde das pessoas que eu não posso ser salvador. O outro nem precisa nem quer ser salvo. Tem que se salvar. Senão vou eu também para a doença.»
O que é importante, para não se criarem ilusões quanto à possibilidade de mudança das pessoas, dos problemas e dos contextos, nomeadamente o socio-cultural e o educativo.
domingo, maio 11, 2008
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