sábado, dezembro 27, 2008

Intervir contra a indisciplina I

Que mal tem, afinal, apontar uma arma à nuca de uma professora? Quando é que este país tão laxista e permissivo na educação infanto-juvenil tomará consciência que o estado geral de indisciplina que grassa nas escolas prejudica, mais do que se pensa, o desempenho de professores (ensino) e de estudantes (aprendizagem)?
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Diz o editorial do DN de hoje, intitulado É preciso intervir contra a indisciplina nas escolas:

«O caso tem alguns contornos distintos do ocorrido há nove meses na escola Carolina Michaëlis, mas no essencial o que ocorreu na Escola do Cerco é tão gravoso quanto o seu precedente. Percebemos, mais uma vez, que o ambiente nas salas de aula portuguesas atingiu níveis de preocupante agressividade e impunidade. É urgente concertar uma posição entre professores, conselhos executivos, direcções regionais de Educação e Governo para fazer frente à crescente desobediência que lastra pelas escolas nacionais.

Além dos reprováveis actos que o vídeo documenta, a iniciativa de o divulgar através da Internet demonstra que os intervenientes não só se sentiram à vontade para ameaçar a professora em plena sala de aula, como fizeram questão de propagandear o seu lamentável comportamento.

As reacções da professora, da presidente do Conselho Executivo, Ludovina Costa, e da directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, voltaram a parecer demasiado brandas para aquilo que um caso como este exige. Desvalorizando que um aluno aponte uma arma, mesmo que de plástico, a uma professora - como fez a docente -, omitindo que isso aconteceu e lamentar apenas a divulgação do caso - como fez Ludovina Costa - e reduzindo o episódio a "uma brincadeira de mau gosto" - como fez Margarida Moreira - corre-se o sério risco de as palavras soarem quase como que a um convite para que situações destas continuem a repetir-se pelas salas de aula.»

Quando é que este país tão laxista e permissivo na educação infantil e juvenil tomará consciência que o estado geral de indisciplina que grassa nas escolas prejudica, mais do que se pensa, o desempenho de professores (ensino) e de estudantes (aprendizagem)?

Esta é razão mais forte para uma greve geral de professores do que o actual modelo de avaliação, com todos os péssimos defeitos que tem.

Venha rápido a avaliação do desempenho dos professores para mais cedo a sociedade perceber que isso não resolve o problema da indisciplina ou do insucesso escolar... Serve para cortar salários...

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