Sessão de abertura do 29º Congresso do MEM, no dia 18 de Julho de 2007, na Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto.
O docente Nélio Sousa esteve presente no 29º Congresso do Movimento da Escola Moderna a fim de recolher elementos que permitissem avançar de forma mais segura para a aplicação da pedagogia diferenciada no contexto da nossa escola. O docente integra o projecto Fazer +, que constitui, basicamente, um ponto de encontro, reflexão e investigação na acção docente.
Entre os dias 18 e 21 de Julho de 2007 tiveram lugar três plenários, uma conferência integrada na sessão de abertura, uma grande exposição e imensos relatos de práticas por parte de professores que estão a aplicar o modelo de diferenciação pedagógica do MEM, relatos (workshops) esses que ocupam grande parte do congresso e têm um grande valor formativo (teórico e prático) e motivacional.
Os docentes descrevem as suas práticas lectivas, as dificuldades, sucessos e insucessos, muito enriquecedor para os próprios e para quem assiste e interage colocando questões, expondo ideias e dando achegas. Além dos instrumentos práticos de aplicação do modelo de diferenciação pedagógica do MEM, contactamos com os princípios que norteiam e são essenciais para a boa implementação do referido modelo pedagógico.
Foram 84 relatos efectuados ao longo dos quatro dias. Cada participante escolhe assistir aos relatos que mais lhe interessa, de acordo com o nível de ensino, por exemplo, já que decorrem vários em simultâneo. No meu caso, privilegiei os workshops do 3º Ciclo e Secundário, no âmbito das línguas, por ser a área em que trabalho. Contudo, há aspecto do modelo pedagógico que é transversal a todos os ciclos de ensino.
Relato de prática por parte de um docente, em que se dá conta de sucessos e fracassos e se partilham materiais e ideias com os outros professores. A reflexão profissional cooperada é fundamental: é o que permite a actualização e construção contínuas.
Ao longo do ano, os docentes do Fazer + aplicaram várias estratégias isoladas de ensino diferenciado/cooperado ou a caminho disso (aqui ou aqui). Decorrente dessas investidas, o docente acima referido compilou uma série de dúvidas e questões para esclarecer no congresso do MEM, também na sequência da recente formação do Movimento no Funchal. Muitas delas ficaram esclarecidas durante os relatos de práticas / workshops a que assistiu. Outras foram esclarecidas junto de colegas.
Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto, onde decorreu o congresso do MEM, entre 18 e 21 de Julho.
Ir ao congresso do MEM permitiu, além dos contactos estabelecidos com docentes e a recolha de materiais e informação a partir da exposição e dos relatos de práticas, aprofundar conhecimento sobre a estutura organizativa do modelo de pedagogia diferenciada do MEM. Perceber que não é um modelo passível de ser universalizado por decreto. Perceber os princípios que norteiam e sustentam a aplicação do modelo pedagógico.
A adesão a este modelo pressupõe a necessidade de mudança assumida por parte do professor. Pressupõe uma predisposição mental para a ruptura com o método simultâneo - instruir todos e ao mesmo tempo como se fossem um só - que perdura desde o século XVII. Por outras palavras, o estímulo para a mudança tem de ser interior. Não são os estímulos exteriores que nos mudam quando não estamos predispostos ou abertos à mudança.
O modelo do MEM implica, além de uma grande e complexa organização, a recusa da pedagogia da instrução e o assumir os alunos como produtores culturais e os professores como interlocutores qualificados. Implica uma responsabilização profissional e um compromisso com as crianças e jovens.
Percebeu-se que a hipótese para a pedagogia tradicional (da instrução) está em estabelecer uma boa relação professor-alunos da turma, mas isso é muito difícil com jovens com uma visão muito negativa da escola, visão essa que se generaliza.
O acesso à Universidade do Porto pode fazer-se, confortavelmente, por metro.
No método do MEM é pelo trabalho que se cria a relação pedagógica, pelo respeito que o professor demonstra pelo trabalho dos alunos e pela concessão de oportunidades e condições para mostrar o que sabem (aprender). A relação pedagógica não se cria pelo poder de sedução relacional do professor nem por este ter uma relação de colega com o aluno.
Para quem procura iniciar a aplicação do modelo de pedagogia diferenciada é importante ir a um congresso do MEM. Vem-se com a bagagem cheia de ideias e possibilidades concretas, para além dos contactos e exemplos de materiais partilhados pelos muitos professores que relatam as suas práticas, importante para quem se inicia no modelo conseguir organizar o processo de ensino-aprendizagem.
Um sem número de fotografias de materiais, apontamentos manuscritos e esboços práticos que foram sendo realizados pelo docente durante os relatos / workshops, para implementação na actividade lectiva, serão estudados e desenvolvidos, de forma a estruturar o ano lectivo que aí vem à luz do modelo pedagógico do MEM.
sexta-feira, agosto 03, 2007
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