sexta-feira, agosto 03, 2007

29º Congresso do Movimento da Escola Moderna Porto 2007

Sessão de abertura do 29º Congresso do MEM, no dia 18 de Julho de 2007, na Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto.

O docente Nélio Sousa esteve presente no 29º Congresso do Movimento da Escola Moderna a fim de recolher elementos que permitissem avançar de forma mais segura para a aplicação da pedagogia diferenciada no contexto da nossa escola. O docente integra o projecto Fazer +, que constitui, basicamente, um ponto de encontro, reflexão e investigação na acção docente.

Entre os dias 18 e 21 de Julho de 2007 tiveram lugar três plenários, uma conferência integrada na sessão de abertura, uma grande exposição e imensos relatos de práticas por parte de professores que estão a aplicar o modelo de diferenciação pedagógica do MEM, relatos (workshops) esses que ocupam grande parte do congresso e têm um grande valor formativo (teórico e prático) e motivacional.

Os docentes descrevem as suas práticas lectivas, as dificuldades, sucessos e insucessos, muito enriquecedor para os próprios e para quem assiste e interage colocando questões, expondo ideias e dando achegas. Além dos instrumentos práticos de aplicação do modelo de diferenciação pedagógica do MEM, contactamos com os princípios que norteiam e são essenciais para a boa implementação do referido modelo pedagógico.

Foram 84 relatos efectuados ao longo dos quatro dias. Cada participante escolhe assistir aos relatos que mais lhe interessa, de acordo com o nível de ensino, por exemplo, já que decorrem vários em simultâneo. No meu caso, privilegiei os workshops do 3º Ciclo e Secundário, no âmbito das línguas, por ser a área em que trabalho. Contudo, há aspecto do modelo pedagógico que é transversal a todos os ciclos de ensino.

Relato de prática por parte de um docente, em que se dá conta de sucessos e fracassos e se partilham materiais e ideias com os outros professores. A reflexão profissional cooperada é fundamental: é o que permite a actualização e construção contínuas.

Ao longo do ano, os docentes do Fazer + aplicaram várias estratégias isoladas de ensino diferenciado/cooperado ou a caminho disso (aqui ou aqui). Decorrente dessas investidas, o docente acima referido compilou uma série de dúvidas e questões para esclarecer no congresso do MEM, também na sequência da recente formação do Movimento no Funchal. Muitas delas ficaram esclarecidas durante os relatos de práticas / workshops a que assistiu. Outras foram esclarecidas junto de colegas.

Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto, onde decorreu o congresso do MEM, entre 18 e 21 de Julho.

Ir ao congresso do MEM permitiu, além dos contactos estabelecidos com docentes e a recolha de materiais e informação a partir da exposição e dos relatos de práticas, aprofundar conhecimento sobre a estutura organizativa do modelo de pedagogia diferenciada do MEM. Perceber que não é um modelo passível de ser universalizado por decreto. Perceber os princípios que norteiam e sustentam a aplicação do modelo pedagógico.

A adesão a este modelo pressupõe a necessidade de mudança assumida por parte do professor. Pressupõe uma predisposição mental para a ruptura com o método simultâneo - instruir todos e ao mesmo tempo como se fossem um só - que perdura desde o século XVII. Por outras palavras, o estímulo para a mudança tem de ser interior. Não são os estímulos exteriores que nos mudam quando não estamos predispostos ou abertos à mudança.

O modelo do MEM implica, além de uma grande e complexa organização, a recusa da pedagogia da instrução e o assumir os alunos como produtores culturais e os professores como interlocutores qualificados. Implica uma responsabilização profissional e um compromisso com as crianças e jovens.

Percebeu-se que a hipótese para a pedagogia tradicional (da instrução) está em estabelecer uma boa relação professor-alunos da turma, mas isso é muito difícil com jovens com uma visão muito negativa da escola, visão essa que se generaliza.

O acesso à Universidade do Porto pode fazer-se, confortavelmente, por metro.

No método do MEM é pelo trabalho que se cria a relação pedagógica, pelo respeito que o professor demonstra pelo trabalho dos alunos e pela concessão de oportunidades e condições para mostrar o que sabem (aprender). A relação pedagógica não se cria pelo poder de sedução relacional do professor nem por este ter uma relação de colega com o aluno.

Para quem procura iniciar a aplicação do modelo de pedagogia diferenciada é importante ir a um congresso do MEM. Vem-se com a bagagem cheia de ideias e possibilidades concretas, para além dos contactos e exemplos de materiais partilhados pelos muitos professores que relatam as suas práticas, importante para quem se inicia no modelo conseguir organizar o processo de ensino-aprendizagem.

Um sem número de fotografias de materiais, apontamentos manuscritos e esboços práticos que foram sendo realizados pelo docente durante os relatos / workshops, para implementação na actividade lectiva, serão estudados e desenvolvidos, de forma a estruturar o ano lectivo que aí vem à luz do modelo pedagógico do MEM.

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