domingo, outubro 07, 2007

Apresentação do modelo de diferenciação pedagógica do MEM

Mesmo antes de iniciar a formação de iniciação ao modelo de diferenciação pedagógica do Movimento da Escola Moderna (MEM), os docentes Sofia Sousa e Nélio Sousa, estão no terreno, a trabalhar com as turmas de 7º e 8º anos (Inglês), segundo esse modelo.

A iniciação à filosofia do modelo foi sendo realizada, sensivelmente, desde o ano 2000, através da busca de novas respostas, na experimentação de novas estratégias. Perceberam, entretanto, que era preciso cortar com o método simultâneo e a pedagogia instrutiva.

Depois de conhecerem projectos de diferenciação pedagógica como a Escola da Ponte (mentor José Pacheco) ou o Projecto S.O.F.I.A. (mentor José Augusto Fernandes), foi a vez de conhecer melhor a prática do MEM (mentor Sérgio Niza).

Além de outros contactos anteriores com o MEM, a acção de formação do Movimento em 11 e 12 de Maio último, no Funchal, foi um passo (empurrão) importante, na recolha de informação e conhecimento sobre o modelo pedagógico. Valeu a grande qualidade dos relatos e plenários efectuados, nomeadamente por Ivone Niza e Sérgio Niza, no que à área das disciplinas diz respeito.

Depois foi a ida ao 29º Congresso do MEM, em Julho. Aí foram esclarecidas diversas dúvidas que foram sendo coleccionadas ao longo do ano lectivo e se aprofundou, não só o conhecimento teórico sobre o modelo pedagógico, como também se deu conta dos materiais necessários para uma boa organização e gestão do trabalho pedagógico na sala de aula. Os princípios que norteiam a prática já estavam basicamente assimilados, o que é essencial.

Apesar do pouco tempo de prática, os docentes Sofia Sousa e Nélio Sousa resolveram dar conta da estruturação básica do trabalho pedagógico, segundo o modelo de diferenciação pedagógica do MEM, aos professores envolvidos no Fazer+ e a outros docentes da escola interessados. Basearam-se no material que utilizaram para fazer a introdução aos alunos, no final de Setembro.

Par além dos docentes do Fazer +, estiveram os colegas Ana Sousa, Ana Paula Gomes, Irene Sequeira, António Lucas e Adalgisa Cafôfo, tendo-se desenvolvido um diálogo interessante sobre diversos aspectos que suscitaram reflexão. Este diálogo profissional vale mais do que muitas formações, porque os professores têm muito a aprender uns com os outros. Um valor e um potencial subestimados.

Os presentes deram-se conta da mudança de paradigma ou de cultura profissional, num modelo que é complexo, com um grande tempo de preparação e organização, centrando-se no fazer autónomo do aluno, nos percursos diferenciados, nas aprendizagens, na cooperação com os outros, no aluno como produtor cultural.

O professor é o gestor, a presença humana, o apoio, a orientação, aquele que cria as condições e as oportunidades para se darem as aprendizagens, nunca se substituindo ao aluno no seu trabalho. O professor não dá aulas. No fundo, tudo se resume a isto: fazer o aluno trabalhar mais e melhor. Se tiver lugar esse trabalho surgem os resultados. E quando há trabalho há menos tempo para a indisciplina...

Procura-se "nunca estabelecer diferentes níveis de chegada por causa das condições de partida" e "que todos cheguem a dominar o melhor possível as competências e saberes de que todos precisam na vida pessoal e social" (Maria do Céu Roldão - “Gestão Curricular: Fundamentos e Práticas”, Ministério da Educação).

A ver vamos como corre a prática ao longo do ano. Haverá mais relatos sobre essa prática que está em curso. Será mais interessante, já com mais trabalho e experiências somadas com os alunos. Positivas e negativas, certamente. Mudar de cultura profissional e de mentalidades suscita dificuldades.

O objectivo foi e é a partilha desinteressada, sem qualquer objectivo "evangelizador"... ou de tentar convencer alguém sobre o que for. As pessoas assistem e vêem se lhes interessa, profissionalmente, alguma coisa.

O modelo de diferenciação pedagógica do MEM está a entrar na Madeira este ano, na área das disciplinas, no 2º, 3º, Secundário e Superior.

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